Estou deitada em um campo de tulipas vermelha - minhas flores favoritas -, sinto a grama em minhas costas e sei que meu cachorro está deitado ao meu lado pois reconheço o cheiro dele, o cheiro do shampoo que comprei, o cheiro de morango com marshmallow, ele é um labrador, seu o pêlo é caramelo e é tão macio. É muito bom passar a mão pelo seus pêlos, me lembro da primeira vez que eu o vi, ele estava em minha cama, tão pequeno, me olhou com seus olhos pretos profundos, pulou da cama e lambeu meus pés. Eu também lembro do dia que eu o vi morrer.. Calma aí.. Eu lembro do dia em que eu o vi morrer, mas como isso pode ser verdade se ele está aqui do meu lado?
Paro de fazer carinho nele e minha mão fica parada em cima de sua barriga. Meu Deus! Ele não está respirando! Me apoio no meu braço e o olho, ele está de olhos fechados e não respira. Eu lembro. Ele estava passando mal a um tempo, meu pai me mandou leva-lo a o veterinário que sempre cuidou dele. O veterinário falou que ele iria sofrer se nós não o sacrificássemos, que ele estava com um problema no estomago e acabaria morrendo de qualquer jeito.
Eu sentei ao lado dele, fiquei o olhando enquanto o veterinário colocava algum liquido no sangue dele. Eu juro que eu vi uma lagrima descer pelos seus olhos, os olhos que eu nunca mais veria, os olhos do meu único amigo naquele inferno, os únicos olhos que eu vi no meu pior momento. Meu Max, meu amigo fiel..
Sinto algo molhado passando por minha bochecha, passo a mão e percebo que estou chorando, mas de repente tudo se apaga, tudo fica escuro, e escuto uma voz me chamando. Eu conheço essa voz, é a voz do meu irmão, então percebo que está tudo escuro pois estou de olhos fechados. Abro os olhos e estou em minha cama, no quarto que eu odeio. Meu irmão está na porta do meu quarto, tem sete anos e se chama Harry, ele é um amor, de vez em quando nós brigamos, mas nunca brigamos de verdade.
- Aly? Mamãe está te chamando para tomar café da manhã - parou de falar mas continuou na minha porta. - Você está chorando? - Ele diz depois de um tempo.
Foi ai que eu percebi que não era só no sonho que eu estava chorando. Harry veio em minha direção e sentou ao meu lado na cama.
- O que aconteceu Aly?
- Nada meu amor, eu só estava sonhando com o Max - disse me sentando. - Agora desça e diga para a mamãe que eu só vou me vestir.
Harry me olha nos olhos e eu faço de tudo para parecer segura de mim, para não deixa-lo preocupado comigo. Ele acenou com a cabeça para mim depois de ter certeza que eu estava bem, ele ficou tão preocupado comigo depois do acidente.
- Tudo bem, mas lembre-se que simplesmente chegou a hora do Max, se Deus escolheu assim, nós não podemos fazer nada para mudar - ele me deu um beijo na bochecha e falou em meu ouvido. - Eu te amo, e eu tenho certeza que ele também te amava - então levantou e foi até a porta, ao chegar lá, voltou a se virar para mim. - E a proposito, feliz aniversario - ele sorriu e saiu.
Sempre achei ele bastante inteligente, mas nunca pensei que ele me daria um conselho assim. Mas ele está certo, eu poderia fazer nada para mudar isso, a unica coisa que eu posso fazer é relembrar meus momentos com ele, preciso passar por cima disso, mesmo que quem tenha me dado ele tenha sido uma das pessoas mais importantes para mim, o meu Liam.
Só de lembrar dele eu já me sinto bem. Tiro a coberta de cima de mim e levanto, estou apenas de calcinha e sutiã, um conjunto que eu acho lindo, uma calcinha fio-dental com estampa de pimentas e o sutiã com a mesma estampa. Vou para o banheiro, tomo banho, coloco um short escrito Atlanta com as cores da bandeira dos Estados Unidos e uma regata branca estilo nadador. Me olhei no espelho e não vi a menina nerd que as pessoas da minha escola viam, e o que tem de diferente entre aquela nerd e essa Alyson? Claro que eu estou sem alguns utensílios que eu uso na escola, como os óculos, mas isso também não faz muita diferença.
Mas eu também não devo pensar nisso, essa escola e este lugar é apenas uma fase da minha vida, daqui a 2 anos, depois que eu acabar os meus estudos, eu vou voltar para Atlanta, farei minha faculdade e recomeçarei minha vida lá, claro que eu vou fazer de tudo para continuar com os meus velhos amigos.. Porém não está na hora de pensar sobre isso, tenho que descer e tentar parecer estar feliz morando neste inferno para não magoar os meus pais, pois sei que o Brasil é importante para eles.
Dou as costas para o espelho, desço as escadas, passo pela sala e paro do lado da porta da cozinha e fico observando meus pais e meu irmão tomando café da manhã juntos.
- Ela está demorando - minha mãe diz para o Harry - Tem certeza que ela acordou?
- Sim, mas eu não se ela está muito...
- Cheguei pessoas que me amam! - Disse interrompendo o Harry.
- Pelo amor de Deus! Porque demorou tanto? E feliz aniversario, infelizmente não pude comprar presente para você, por isso deixei você dormir até tarde, esse foi o meu presente. - Minha mãe falou enquanto ia até o balcão perto da pia e eu me encaminhava para a cadeira ao lado do Harry.
- Eu estava contemplando a minha beleza no espelho, por isso demorei.
Ela estava atrás de mim e não dava para mim vê-la, mas tenho certeza que revirou os olhos enquanto colocava um prato de panquecas na minha frente.
- Bom dia papai - falei pela primeira vez com o meu pai.
- Bom dia minha filha - ele disse sem me olhar nos olhos e eu percebi um certo desanimo nele.
- Aconteceu alguma coisa? Perguntei alternando meus olhares entre a minha mãe e o meu pai.
Meu pai engoliu seco e me olhou pela primeira vez hoje.
- Aly, nós temos que contar uma coisa para vocês.
- Agora não Jeffe - minha mãe disse com um olhar repreensivo para ele.
- Não! Agora vocês tem que dizer. E pela cara do papai, é coisa ruim - Harry disse olhando para a nossa mãe.
- Tudo bem - mamãe disse dando um meio sorriso triste enquanto se sentava ao lado do meu pai e de frente para mim. - Meus amores, essa manhã, bem cedinho, nós recebemos uma noticia horrível.
- Um medico nos ligou e.. Bem.. - Meu pai suspirou e voltou a falar. - Ontem a noite, a avó de vocês, acabou morrendo.
- O que?! - Eu e meu irmão dissemos juntos.
- Parece que um louco que estava em alta velocidade a atropelou, e vocês sabem, ela estava um pouco frágil - percebi que minha mãe estava tremendo e segurei a sua mão.
- Nós só sabemos que ele estava em uma Mercedes preta pois ele nem pareceu pensar em parar, passou correndo - meu pai terminou de falar, pois minha mãe não estava em condições de dizer mais nada, estava chorando muito.
- Mas o que vovó estava fazendo na rua? - Perguntei.
- Sabe minha filha, a culpa disso é desso otário que a atropelou, e de mais ninguém.
- Tudo bem, mas não foi isso que eu perguntei.
- Parece que ela havia ido a rua para comprar o seu presente de aniversario - meu disse depois de suspirar.
Demorei alguns segundos para ingerir isso enquanto todos me encaravam.
- Então.. Ela morreu por minha causa?
EU NÃO ACREDITO! MINHA VÓ MORREU POR MINHA CAUSA!
- Não minha filha - minha mãe disse apertando minha mão e tentando olhar nos meus olhos, mas eu estava de cabeça baixa. - Lembre-se do que seu pai disse. A culpa é apenas da pessoa que atropelou ela.
Eu acenei com a cabeça ainda sem acreditar que minha vó morreu por minha causa.
- Alyson? Prometa para a gente que você não vai se remoer com uma culpa que não é sua - meu pai disse colocando sua mão sobre o meu braço.
- Tudo bem. Mais alguma coisa? - Perguntei sem olhar para eles.
- Sim, nós vamos voltar para Atlanta - papai disse sendo cuidadoso. - Ainda hoje.
- Ok, vou arrumar minhas malas - soltei minha mão de dentro das mãos de minha mãe e segui para o meu quarto.
Eu ouvi suspiros dos meus pais quando passei pela porta, e depois meu irmão perguntando se ele também teria que arrumar suas próprias malas.
Entrei no meu quarto e sentei em minha cama, fiquei apenas sentada, não acredito que ela morreu, por minha causa, e ainda de uma forma tão parecida com a dele.. Porque todos que eu amo me deixam?
Mas tenho que ser forte, eu já superei o acidente dele, posso superar o acidente de vovó. Me levanto e vou para o notebook, ligo o skype e chamo o Liam. Antes dele atender, vou para o meu guarda-roupa e pego minha mala. Quando coloco minha primeira blusa dentro da mala, aparece uma cara sonolenta na tela do meu notebook.
- Bom dia minha princesa - disse segurando um bocejo.
- Bom dia príncipe - disse indo até o notebook e o colocando em um local que faz com que o Liam tenha uma visão completa do meu quarto.
- Alyson, tem certeza que é um bom dia? Eu te conheço, sua voz.. Você está triste e surpresa, está em estado de choque - Liam ficou com uma expressão preocupada, o que fez ele acordar totalmente.
Dou as costas para o notebook, volto para o guarda-roupa, pego um short, me viro de novo para o notebook e suspiro.
- Vovó morreu.
- O que?!
- Eu tive a mesma reação que você.. - Disse colocando o short na mala.
Voltei a olhar para o notebook.
- O pior, é que ela morreu por minha causa.. E.. Está me fazendo lembrar da morte dele.
- Como assim sua culpa? Você veio aqui, atirou nela e nem veio me ver?
- Bobo - disse dando um meio sorriso enquanto arrumava minha mala. - Só você para me fazer sorrir nesses momentos. Não, ela morreu pois saiu para comprar o meu presente de aniversario. E falando nisso.. obrigada pelo feliz aniversario.
- FELIZ ANIVERSARIO! - Ele gritou levantando suas mãos e dando um sorriso que mostra todos os seus dentes. - Mas minha princesa, isso não quer dizer que a culpa é sua. E porque a morte dela te faz lembrar da morte dele?
Olhei para a tela para ver a reação dele.
- Ela morreu pois foi atropelada.
- Entendi - disse lentamente sem olhar para a câmera do notebook.
Eu dei um risinho e voltei a arrumar minha mala.
- Pode deixar que eu não vou voltar ao meu estado de antes.
- Alyson, eu me preocupo com você, eu te amo, você é minha princesinha.
- Eu também te amo Liam, mas eu não sou uma menina frágil, eu sei me cuidar, não vou me quebrar tão facilmente de novo.
- Eu sei que você ainda sofre por causa dele Alyson, não adianta negar.
- Tudo bem! - Disse bruscamente alto. - Eu também sei que eu ainda sofro por causa dele! Mas não é do mesmo jeito! Eu estou mais forte! Não sou mais aquela menininha! Que merda! Porque é tão difícil entender isso?!
- Porque está nervosa comigo? Eu apenas estou preocupado contigo. E porque você está arrumando suas malas?
- Desculpa, você sabe que esse assunto ainda me abala um pouco. Eu estou voltando para Atlanta hoje.
- As melhores noticias você deixa para o final né! Serio que você está voltando para o seu príncipe encantado lindo e maravilhoso?
- Sim senhor metido - digo sorrindo e levantando o meu olhar para o notebook. Suspiro. - Porque você me faz tão bem? Sempre que eu converso com você, eu me sinto mais leve, mais feliz.
- Ah! Isso é porque você me ama muito e não vive sem mim.
- Metido metido metido - cantarolei.
- Tudo bem, agora eu posso tomar meu banho matinal e comer algo? Pois sabe, eu acordei com uma princesinha metida me ligando, e aposto que ela nem se preocupou com o fuso horário.
- Poxa, você não quer mais falar comigo? - Disse fechando a mala e levantando meu olhar para o notebook com minha carinha de criançinha triste. Nem liguei para o negocio do fuso horário, se aqui são 11 horas, então lá são 9 horas, e já estava na hora dele acordar.
- Minha querida, se eu pudesse, eu passaria o dia todo falando com você, mas não posso.. Então, beijinhos minha amada.
- Beijos amado.
A tela do notebook se apagou e eu voltei a ficar sozinha. Não estou nem um minuto sem ele e já estou sentindo sua falta.
Desço as escadas e encontro meu pai e minha mãe no telefone. Minha mãe tapa o bocal do telefone e pede para eu arrumar as malas do Harry.
Eu subo, coloco as roupas do Harry em uma mala e volto para o meu quarto. Pego minha segunda mala e coloco meus livros, não deu todos nela, eu teria que arranjar um lugar para levar mais 4 livros. Pego outra mala e vou colocando meus itens pessoais, acaba sobrando um espaço, então coloco meus livros lá. Desço, minha mãe acabou de desligar o telefone.
- Mãe.. Quando vai ser o enterro dela?
- Infelizmente eles já fizeram pois eles não poderiam guardar o corpo até nós chegarmos lá.
- Poxa tudo bem né. Mas pelo menos enterraram ela ali perto de casa né?
- Sim.
- Ok. E a escola?
- Já liguei para a sua antiga escola, eles entenderam o nosso caso e aceitaram, mesmo com o fato de você já ter começado o ano.
- Vou estudar junto com os meninos?
- Sim, convenci a diretora a te colocar na mesma classe que eles.
- Por isso que eu te amo mãe. Cade o Harry e o papai?
- Seu pai está resolvendo algumas coisas sobre nossas passagens e o Harry.. Eu não sei aonde ele está. Você pode procurar ele para mim? Eu tenho que fazer mais ligações.
- Tudo bem.
Subo as escadas e vou para o quarto dele, seus brinquedos estavam todos em uma caixa. Desço, vou a cozinha, nada lá, vou para a garagem, nada, subo, olho o meu quarto, nada também, vou para o quarto dos meus pais, nadica de nada, vou para o banheiro deles, QUE MERDA! AONDE ESSE MENINO ESTÁ? Vou no meu banheiro. Só não vi um comodo até agora. Vou para o banheiro da casa, abro a porta devagar e vejo ele sentado entre a pia e o vaso. Me agacho na frente dele.
- O que foi maninha?
- Eu já tinha amigos aqui.
- Você também tem amigos lá.
- Mas eu prefiro aqui.
- Mas nós temos que ir para lá, e meu amor, vai fazer bem para a maninha.
- NÃO É PORQUE VOCÊ NÃO CONSEGUIU FAZER AMIGOS AQUI, NÃO CONSEGUIU TER UMA VIDA AQUI, QUE EU TAMBÉM NÃO CONSEGUI! EU GOSTO DAQUI! NÃO É PORQUE VOCÊ NÃO TEM AMIGOS, QUE EU TAMBÉM NÃO TENHO! - Harry gritou me assustando.
Sinceramente, ele me magoou. Eu sei que ele sofreu vindo para cá, e foi minha culpa nós virmos para cá, e agora que ele está começando sua vida aqui, nós temos que voltar, mas eu nunca pensei que ele falaria desse jeito comigo.
Sinto uma lagrima descer pela minha bochecha e a seco.
- Me desculpe - levanto e vou correndo para o meu quarto, me certificando que a porta dele estava trancada após entrar.
Sei que é a reação de uma criança, mas eu sempre tenho reações de crianças quando tenho emoções muito fortes.
Me sentei, igual ao Harry no chão ao lado do meu guarda-roupa e chorei. Passei algum tempo lá chorando, até que parei e fui ao banheiro, lavei meu rosto e desci. Ao chegar lá em baixo encontro Harry no sofá e minha mãe entrando na sala pela porta da garagem.
- Pegue suas coisas e as do Harry, já vamos sair.
Harry olhou para mim e eu subi, peguei primeiro as coisas dele e levei para o carro, depois peguei as minhas.
Entrei no carro e fiquei esperando lá. Demorou um pouco, mas eu não me importei. Harry sentou ao meu lado mas não me olhou, meus pais entraram e nós fomos para o aeroporto, pegamos o avião e seguimos para Atlanta.
Sinto alguém me balançar.
- Minha filha, acorde, nós chegamos.
Eu dormi quase a viajem toda pois tenho medo de altura. ao descermos do avião, minha mãe pediu para eu ficar com o Harry enquanto eles buscavam nossas coisas. Harry nem olhou para mim, então já sei que esse tempinho com ele vai ser bem tedioso. Pego o meu celular e tiro-o do modo avião, chega duas mensagens, as duas do Liam. A primeira:
"Que horas você vai chegar aqui?
Quero ir te buscar no aeroporto.
Seu príncipe encantado
Liam"
Dou um sorriso, amo quando ele fala que é meu príncipe encantado, e ele sabe disso. Ele mandou essa mensagem assim que nós terminamos a chamada no skype, ele é muito lerdo, poderia ter me ligado de novo e ter perguntado. Reviro os olhos pensando como o príncipe é lerdo. Fui para a segunda mensagem:
"Não importa a hora que você for desembarcar,
estou indo para o aeroporto agora,
vou te esperar lá, mesmo que eu tenha que ficar
o dia inteiro.
Seu príncipe encantado
Liam"
Ele mandou essa logo depois da outra. Eu olho em volta e reparo em um menino com uma coroa de papel, sentado em uma cedeira e com a cabeça encostada na parede enquanto dormia.
- Harry, vem comigo - começo a andar até uma lanchonete.
- Para onde? Nossos pais mandaram nós esperarmos eles aqui - ele segura minha mão me impedindo de andar por causa do seu peso.
- Vem logo e para de discutir - puxo a minha mão.
Harry revira os olhos, mas me segue. Ao chegarmos na lanchonete que era mais ou menos atrás de onde estava o Liam, eu me viro para o Harry e falo.
- Eu quero que você vai até aquele menino, ao chegar lá, você vai reconhece-lo. Você vai acorda-lo, ele vai perguntar por mim é claro, você diz que eu não pude vim, diz que eu sofri um acidente lá no brasil, nossa mãe ficou comigo lá e nosso pai veio contigo. Eu vou estar sentada atrás dele, então ele não vai me ver.
- E se ele me sequestrar por causa dessa historia?
- Harry, aquele é o Liam, o melhor amigo da maninha, se lembra dele?
- Claro que eu me lembro, ele sempre jogava video game comigo.
- Então vai lá e faz o que eu disse.
Ele anda até o Liam enquanto eu sento atrás deles, Harry me olha e eu aceno com a cabeça.
- Oi, moço, acorda - Harry sacoleja o Liam.
- Ham? - Ele demora alguns segundos para perceber aonde esta e olha para o Harry. - Harry! Vocês finalmente chegaram! - Liam deu um abraço no Harry, o soltou e olhou em volta. Ainda bem que eu estava bem atrás dele, se não ele iria me ver. - Aonde está a sua irmã?
- É.. - Harry diz dando um meio sorriso triste. - Aconteceu uma coisa lá no Brasil, e ela não pode vim.
- Como assim?! O que aconteceu?!
- Ela caiu da escada, parece que ela se machucou bastante e não pode vim. Mamãe esta com ela no hospital.
- O que?! Como?! Harry, não brinca com uma coisa dessas!
Eu me seguro para não rir, o Liam é sempre muito preocupado comigo. Harry abaixa a cabeça e não fala nada. Essa é a minha deixa para entrar na conversa.
- Isso mesmo Harry, não brinque com isso, é muito feio jogar a sua própria irmã da escada sem nem avisar ela.
Liam se vira para mim, eu me levanto rapidamente.
- Meu príncipe!
A sua cara se alivia, ele sorri e me abraça.
- Minha princesa - sinto ele respirando fundo. - Por favor, nunca mais faça isso comigo, eu quase tive um treco aqui - ele passa as mãos pelas minhas costas como se estivesse se certificando que eu estava inteira.
- Desculpe , eu não pude perder a chance de ver o seu amor por mim - dou um sorriso e me separo dele.
- Alyson, nossos pais estão vindo - Harry diz me chamando.
Eu vejo eles indo até aonde nós estávamos e eu aceno para eles.
- Vamos, eu vou levar vocês até a sua casa - Liam diz pegando a minha mão e indo até os meus pais.
- Acho que eles alugaram um carro para nós e nossas bagagens né -digo olhando para trás para ter certeza que o Harry esta nos seguindo.
- Tudo bem, eles vão no carro junto com o Harry e as bagagens, enquanto nós vamos para a praça para tomarmos sorvete.
Dou sorriso e concordo.
Chegamos nos meus pais, Liam cumprimenta eles e pede para eles deixarem eu ir com ele a praça, é claro que eles deixam.
Eu e o Liam nos dirigimos para a praça perto de nossas casas e sentamos em um banco de pedra que sempre sempre esteve naquele mesmo local, eu sento de frente para o Liam e coloco minhas pernas em cima das pernas dele.
- Eu quero sorvete - digo olhando para ele.
- Vou comprar para nós - ele tira minhas pernas de cima dele e vai para a sorveteria. Eu olho em volta reparando em tudo, a quanto tempo que não ia naquela praça, a quanto tempo que não abraçava o meu Liam.
Sigo o meu olhar para a pista de skate e reparo em um menino parado com um skate na mão, vendo os outros andarem com o mesmo.
Eu conheço esse menino. Me levanto e vou em sua direção.
- Chris? - Digo quando chego perto dele.
- Eu - me olha e abre um sorriso. - Alyson! - ele simplesmente larga o skate e me abraça. - O que você está fazendo aqui?!
- Estou me mudando de novo! - Digo me soltando do seu abraço.
- Serio?
- Eu alguma vez menti para você?
- Não. Vai ficar na mesma casa? Ao lado da casa do Liam?
- Sim. Cade os outros meninos?
- Estão preparando uma festa da casa do Ryan, uma festa para se despedir das ferias, sabe. Amanhã começa as aulas de novo.
- Eu sei, eu vou estudar com vocês.
- Vamos na festa com a gente então!
- Está bem - digo devagar pois estou prestando atenção em um menino lindo que esta vindo na nossa direção. - Quem é ele?
- É o Justin, faz parte do time agora.
- O que?! - Digo sem acreditar, como eles colocaram um menino no time sem me avisar?!
- Já tem um tempinho que nós não nos falamos né, o Liam prometeu que não falaria, só falaria quando estivéssemos todos juntos.
O Justin finalmente chegou até nós.
- Oi - disse abrindo um sorriso para mim e se virando para o Chris. - Qual é mano? Vai ficar aqui de papo com uma gata e vai deixar o skate de lado?
Sinceramente, não gostei desse garoto, ele é bonito, mas ele entrou no time sem minha permissão e ainda me chamou de gata.
- Justin, essa não é UMA gata, essa é A gata. Essa é a Alyson - ele diz alternando o olhar entre eu e o playboy metido.
- Hum. A menina que vocês veneram - ele revira os olhos. - Até que não é feia.
O QUE?! ESSE GAROTO QUER MORRER?!
Olho para o Chris.
- Esse garoto não está no time - viro as costas e sigo para a sorveteria.
- Parabéns Justin! - Ouço o Chris dizer. - Alyson, volta aqui!
Eu simplesmente ignoro ele, Liam acabou de sair da sorveteria, eu parei de andar, cruzei os braços e comecei a bater o pé. Liam vem na minha direção e repara nos meninos atrás de mim, acho que o Chris disse algo para ele, pois ele suspirou e me entregou o meu sorvete.
- Conheceu o Justin.
- Ele não está no time.
- Alyson..
- Ele não está no time.
- Princesa..
- Ele não está no time.
- Da pra me ouvi?!
- Fala Liam!
- De um tempo para ele, ele é bem legal, só é meio estranho no começo.
- Não.
- Por favor minha princesa, por mim.
Suspiro.
- Tudo bem, eu dou uma chance para ele, mas por enquanto ele não está no time.
- O que ele fez de errado?
- Me chamou de uma gata e ainda falou que eu não sou tão feia.
- O que?! - Ele diz totalmente surpreso, todos os meninos de Atlanta me acham linda, eles sempre me quiseram. - Você quer que eu bata nele?
- Mas você acabou de pedir para eu dar um tempo para ele.
- Mas ninguém fala assim da minha princesinha.
Dou um sorriso.
- Já disse que te amo?
- Não, mas eu sei.
- Bobo.
- Ai que melação - ouço a voz do Chris atrás de mim.
Olho para trás e lá esta o Justin e o Chris.
- Conseguiu acalmar a fera? - Chris pergunta para o Liam.
- Eu sempre consigo - Liam diz passando a mão pela minha cintura.
- Nós temos que ir, tenho que arrumar as minhas coisas. Vamos Liam?
- Vamos princesa.
- Tchau, vejo vocês na festa. Manda os meninos se aliviarem antes da festa, não quero ver putaria logo no meu primeiro dia de volta.
- Tudo bem, tchau linda - ele diz sorrindo, me puxa pela cintura e me da um abraço.
- Chega, já estou com ciumes - Liam diz me separando do Chris.
- Tchau playboy metido - digo para o Justin e saio puxando o Liam.
- Playboy metido?! Essa garota..!
- Cala a boca Justin! - O Chris interrompe ele. - Vamos andar de skate.
Eu e o Liam vamos para o carro e seguimos para a minha casa, que ao lado da dele. Vamos para o meu quarto e o arrumamos. Nós descemos e eu falo com a minha mãe sobre a festa, ela deixa eu ir, então nós vamos para o meu quarto e eu começo a me arrumar, quando estou pronta, vamos para a casa do Liam e ele se arruma, nós pegamos o carro dele e vamos para a festa.
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Como ainda estou no começo, não vou pedir comentários para continuar.
Espero que gostem..
Xoxo